2.Origens da Administração

É possível buscar exemplos de práticas de administração em 3.000 a.C, como na construção das pirâmides do Egito que envolveu um enorme esforço de coordenação. Mas as teorias e práticas gerenciais de hoje começaram a surgir apenas a partir da Revolução Industrial no século XVIII. E para entendermos sua concepção e evolução uma imagem deve estar na mente: a máquina.

Com o aparecimento da máquina a vapor de James Watt e o descaroçador de algodão de Eli Whitney teve início uma nova forma de produção e de relações econômicas e sociais. É a origem do Capitalismo. A mecanização transformou o homem de competidor com a natureza em seu senhor. A máquina dominou o imaginário da sociedade e as relações humanas passaram a ser vistas e analisadas dentro da perspectiva da máquina. O conceito mecanicista passou a prevalecer nas organizações. Uma organização eficiente passou a ser aquela que opera como máquina: rotinizada, eficiente, confiável e previsível.

Escolas Clássicas da Administração.

A Escola Científica

Com o surgimento das máquinas e da linha de produção, as organizações passaram a buscar formas eficientes de controle e produção. A primeira abordagem da teoria da administração foi criada por Frederick W. Taylor, criador da Administração Científica.

Taylor defendia cinco princípios básicos:

1. Transfira toda a responsabilidade da organização do trabalho do trabalhador para o gerente. Os gerentes devem pensar a respeito de tudo o que se relaciona com o planejamento e a organização do trabalho, deixando aos trabalhadores a tarefa de implementar isso na prática.

2. Use métodos científicos para determinar a forma mais eficiente de fazer o trabalho; planeje a tarefa do trabalhador de maneira correta, especificando com precisão a forma pela qual o trabalho deva ser feito.

3. Selecione a melhor pessoa para desempenhar o cargo, assim especificado.

4. Treine o trabalhador para fazer o trabalho eficientemente.

5. Fiscalize o desempenho do trabalhador para assegurar que os procedimentos apropriados de trabalho sejam seguidos e que os resultados adequados sejam atingidos.

Ao aplicar esses princípios, Taylor defendeu o uso de estudos de tempos e movimentos como meio de analisar e padronizar as atividades de trabalho. O seu enfoque administrativo solicitava observação detalhada e mensuração do traba­lho, mesmo do mais rotineiro, para descobrir o melhor modo de fazer as coisas. Sob o sistema de Taylor, atividades simples tais como as de carregadores de barras de ferro e remoção de terra, tornaram-se objetos de ciência. Ele aconselhou a implantação do sistema de pagamento por quantidade produzida e do salário incentivo para os trabalhadores mais produtivos. A aplicação dos métodos da administração científica trouxe enorme aumento na produtividade, que contribui para sua rápida utilização.

Ainda hoje, a maioria dos preceitos de Taylor é aplicado em diferentes organizações. Analise o funcionamento da cadeia de lanchonete McDonald´s. A empresa padronizou todos os procedimentos de produção do lanche, de modo que um produto consumido em Pequim seja absolutamente similar ao consumido em Fortaleza. Seus funcionários da linha de frente são treinados para serem parte de uma estudada engrenagem. Assim, quem frita o hambúrguer segue alguns passos pré-determinados, como colocá-lo na chapa e acionar um botão que soará um apito indicando a hora de virá-lo e outro apito indicará a hora de retirá-lo da chapa e colocá-lo no pão, onde já estarão os outros componentes etc. É uma perfeita linha de montagem, com um mínimo de interferência do funcionário. Este modelo de produção procura automatizar o trabalho humano.

A Escola Administrativa

Os representantes dos teóricos clássicos foram o francês Henry Fayol, o americano F. W. Mooney e o inglês Lyndall Urwick. Eles estudaram e sistematizaram as experiências bem sucedidas nas organizações. A crença destes autores é de que a administração é um processo de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. São deles as bases de técnicas modernas de administração como administração por objetivos e sistemas de controle e planejamento de orçamentos.

Os princípios dessa escola são:

1. Unidade de comando: um empregado só deve receber ordens de um único superior.

2. Hierarquia: a autoridade do superior sobre o subordinado caminha do topo para a base da organização; essa cadeia que é resultante do princípio da unidade de comando deve ser usada como canal de comunicação e de tomada de decisão.

3. Amplitude de controle: o número de pessoas que se reportam a um superior não deve ser tão grande a ponto de criar problemas de comunicação e coordenação.

4. Assessoria e linha: o pessoal de assessoria pode oferecer importante ajuda de orientação, mas deve ter cuidado para não violar a linha de autoridade.

5. Iniciativa: deve ser encorajada em todos os níveis da organização.

6. Divisão do trabalho: a administração deve buscar atingir um grau de especialização de forma a permitir que se chegue aos objetivos da organização de maneira eficiente.

7. Autoridade e responsabilidade: deve-se levar em conta o direito de dar ordens e exigir obediência, chegando a um bom equilíbrio entre autoridade e responsabilidade. Não tem sentido dar a alguém a responsabilidade por um trabalho caso a essa pessoa não seja dada à adequada autoridade para executar tal responsabilidade.

8. Centralização da autoridade: até certo ponto sempre presente, devendo variar para permitir a máxima utilização das capacidades do pessoal.

9. Disciplina: obediência, empenho, energia, comportamento e atitudes de respeito devem ser adaptadas aos regulamentos e hábitos da organização.

10. Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais: através de firmeza, exemplos, acordos justos e constante supervisão.

11. Eqüidade: baseada na amabilidade e justiça para encorajar o pessoal nas suas responsabilidades; remuneração justa que leve a um bom moral, sem ocasionar gastos excessivos.

12. Estabilidade e manutenção do pessoal: para facilitar o desenvolvimento das habilidades.

13. Espírito de união: para facilitar a harmonia como uma base de fortificação.

Esses princípios, muitos dos quais foram anteriormente utilizados por Frederico, o Grande, e outros especialistas militares para transformar os exércitos em "máquinas militares", representam o fundamento da teoria administrativa na primeira metade do século XX. A sua utilização atualmente acha-se muito difundida em diversos setores. Como se percebe, a idéia básica da teoria é de que a administração é um processo de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. Muitas das técnicas da moderna administração, tais como a administração por objetivos - APO -, os sistemas de planejamento e programação de orçamentos vêm desta teoria.

Este tipo de organização é representado pelo conhecido organograma empresarial.


O organograma 1 mostra a empresa dividida sob o princípio da especialização funcional. Cada departamento tem sua própria forma de organização hierárquica. O organograma 2 mostra as particularidades do departamento de produção. Note que o departamento de produção está no mesmo nível hierárquico de outros departamentos, como Finanças, Marketing, Recursos Humanos (organograma 1), mas que os diretores destes departamentos não têm autoridade direta sobre os funcionários da produção.